sábado, 1 de maio de 2010

PRIMEIRO PA: VIDA DE ÍNDIO.

Nosso primeiro Projeto de Aprendizagem surgiu da citação de um colega: "Não sabemos quase nada da vida do índio". Procuramos pesquisar justamente o que os livros didáticos não mostram.


DANÇAS E MÚSICAS INDÍGENAS

A LETRA DA DANÇA...
Índio vive pelado,
livre correndo no mato.
Índio cozinhava macaco
e jogava fora a pele.
Índio planta, colhe e come
e sofre pelo filho que nasce.
Índio se impressionou com o homem branco,
espelhos, colares e perfumes.
Mas os índios aprendem depressa.
Aprendem a negociar.
Se antes eles davam suas filhas de presente,
agora eles começam a cobrar.
Hoje o índio não vive pelado,
tem calça, meia e sapato.
O índio é frágil e tá doente,
doenças da civilização.
Índio ainda caça para comer,
mas o alimento está escasso.
Índio vive experiências novas,
não gosta de todas, não se esquece das velhas.
(autor desconhecido)
DANÇA DA CHUVA...
E choveu...
e choveu...
Durante longos meses choveu e choveu.
Rios e mares encontraram-se num só curso.
E inundaram, e destruíram, e tudo invadiram.
E povos inteiros pereceram.
Mãos para o céu rogaram preces.
Profetas diziam que tudo estava escreito e, agarrados às suas profecias, submergiam.
Boatos corriam que crianças com nadadeiras nasciam,
e que ricaços com transatlânticos partiam... Para onde iriam?
E... choveu
e... choveu
E, quem sobreviveu, com a intempérie aprendeu!
E reprojetaram, e reinventaram, e reciclaram, e tudo reconstruíram.
E da água comeram, da água beberam.
E, quem diria? A água já não mais temiam.
Até que um dia ... a chuva cessou.
E o sol novamente brilhou...
E as águas retrocederam...
E os rios e mares aos seus cursos verteram...
Profetas emergiram bradando "eu já sabia" e, bisonhamente, sorriam...
Boatos corriam que das crianças nadadeiras caíam...
e que transatlânticos de luxo numa floresta jaziam.
E o sol brilhou e brilhou...
E as casas voltaram a ser casas,
as ruas voltaram a ser ruas,
os povoados voltaram a ser povoados...
Barcos, obsoletos, dos telhados, foram retirados...
E o sol brilhou, brilhou por longos meses...
Brilhou, brilhou...
E o rio secou...
A colheita não vingou...
E a fome imperou...
Mãos para os céus rogaram preces...
De onde tirar sustento, aplacar a sede?
E povos inteiros pereceram...
E, nas noites quentes da únicsa estação que restou...
Ouviam-se o chacoalhar de corpos suados...
Ao tenso ritmo da dança da chuva ...
(autor desconhecido)
A música e a dança estão, frequentemente, associadas aos índios e a sua cultura, variando de tribo para tribo. Em muitas sociedades indígenas, a importância que a música tem na representação de ritos e mitos é muito grande.
Casa tribo tem seus próprios instrumentos que são utilizados em diferentes ocasiões e de diferentes formas, é o caso do maracá ou chocalho, onde em determinadas tribos, como as dos Uaupés, o uso acontece em cerimônias religiosas, já em outras sociedades, como as dos Timbiras, é utilizado para marcar ritmo junto a um cântico, por exemplo.
A dança dos indígenas se difere da nossa por não dançarem aos pares, a não ser por poucas exceções, como acontece no Alto Xingú. A dança pode ser realizada por um único indivíduo ou por grupos.
Entre várias tribos de índios, é possível observar algumas representações, partes de rito, que poderiam facilmente evoluir no sentido de um teatro. Muitas são representações sem palavras, apenas com gestos. Outros rituais são cantados, outros se dão na forma de diálogo.
A maioria dos povos indígenas associa sua música ao universo transcendente e mágico, sendo empregada em todos os rituais religiosos. É ligada desde suas origens imemoriais a mitos fundadores e usada com finalidade de socialização, culto, ligação com os ancestrais, exorcismo, magia e cura.
Segundo certas lendas, a música foi um presente dos deuses, entristecidos com o silêncio que imperava no mundo dos humanos. Noutras tribos, a música é tida como originária do mundo dos sonhos, onde vivem as tribos míticas de animais e de ancestrais.
O instrumental indígena inclui instrumentos de percurssão e sopro, mas classificaçoes próprias dos índios fazem distinções diferentes, com dezenas de categorias para "coisas de fazer música". Os instrumentos podem ser feitos de uma variedade de materiais, como sementes, madeiras, fibras, pedras, objetos cerâmicos, ovos, ossos, chifres e cascos de animais.
Grupo: Tifani, Cristhine, Eduarda, Júlia e Douglas.
Fonte: Site do Penninha.
RITUAIS INDÍGENAS
Existem inúmeros rituais de casamento: indígena, cigano, judaico, católico, protestante, ... A diversidade une pessoas, o preconceito separa casais. Sentimentos ultrapassam costumes e conquistam uma intensa e emocionante vida a dois. No universo das relações, o respeiro às tradições individuais ajuda a compor convivências mais harmônicas.
Quando o homem da mata recebe com fartura, ao contrário do homem branco, não retém tudo para si. O Yanomani é sumamente hospitaleiro e gosta de convidar os amigos e vizinhos: sua vida social está alicerçada nas grande festas coletivas, o Reahu, com danças e cantos, na época das pumpunas, bananas e milho.
Os Bororo possuem uma intensa vida cerimonial. Os rituais mais importantes são os de nominação (definição de nomes para as crianças);a perfuração do lóbulo das orelhas e lábio inferior; a festa do milho novo. O mais importante é o funeral, é o mais elaborado e mais longo ritual desta tribo, pode durar até três meses, pois é necessário esperar a decomposição do corpo para que se possa ornamentar os ossos.
Kuarup
É um ritual dos grupos indígenas do Parque do Xingu para homenagear os mortos. Os troncos feitos de madeira "kuarup" são a representação concreta do espírito dos mortos ilustres. A festa corresponderia a cerimônia de finados do homem branco, entretanto, o Kuarup é uma festa alegre, afirmadora, exuberante, onde cada um coloca a sua melhor vestimenta. Na visão dos índios, os mortos não querem ver os vivos tristes ou feios.
Costumes indígenas
O rapaz não se casa logo. A moça sim! Geralmente vive com um marido desde o inicío da puberdade. Até o nascimento do primeiro filho, o casamento é bastante instável.
O rito do casamento indígena pode ser combinado quando os noivos ainda são crianças (akhrairé e mekpriré). A iniciativa parte dos parentes da menina. Nessa ocasião, um paparuto é levado do grupo doméstico da noiva para o noivo. Tal paparuto é retribuido com um outro, pouco tempo depois. A partir de então, todas as vezes que se realiza o rito de Yótyõpi, os grupos domésticos do noivo (ikajuaré). Há um rito ligado ao casamento, hoje desaparecido: quando os noivos estavam aptos a cohabitar, o noivo era levado pelos habitantes da aldeia - que entoavam um cântico que fazia referência ao jabuti - à casa da noiva, esta o esparava deitada numa esteira do lado de fora da casa. O rapaz se deitava ao lado dela, estendia o braço esquerdo, onde ela descansava a cabeça e o rapaz passava-lhe o braço direito por cima. O "padre" dava então conselhos ao casal, lembrando-lhes as obrigações e os aconselhava a não se separarem, pois aqueles que muito se separam perdem a confiança e acabam por não se casarem mais.
Atualmente esse rito não mais se realiza, o noivo passa a morar com a noiva quando esta é considerada apta para as relações sexuais.
Os rituais de passagem indígenas variam de tribo para tribo, mas sempre encantam pela força e originalidade das danças e cantos.
Grupo: Amanda, Ana Caroline, Caroline, Milena, Vanusa.
Fonte:
Encarte do Jornal Radical.
Blog de José Roberto Teixeira Leite
ÍNDIOS DO RIO GRANDE DO SUL
O Rio Grande do Sul, em 1500, era povoado por três grandes grupos indígenas: Guarani, Jês e Pampianos.
Os Guarani representavam 96% desta população. Segundo o inglês John Homing, havia 95 mil índios no estado, na época do descobrimento.
Quem eles eram?
Patos ou Orachones, que viviam às margens do rio Guaíba e na parte ocidental da laguna dos Patos; Tapes, indivíduos missioneiros dos sete povos, que ocupavam as margens dos rios.
Caçavam e matavam apenas os machos, para não dizimar a população animal.
Usavam a prática de incendiar o solo para plantar milho, mandioca, abóbora e batata-doce.
Eram muito vaidosos e tinham o costume de enfeitar com penas, pinturas corporais e penteados complicados.
Os índios acreditavam que quando o mundo surgiu haviam recebido do Deus Criador de tudo, o Amambaé, a Terra do homem, um lugar para plantar e garantir o sustento de cada família. Todos os indígenas tinham direito a uma parte, havia par todos, sua sobrevivência estava integrada a natureza. Os homens faziam as armas, protegiam o grupo, caçavam, pescavam e preparavam a terra para as plantações. As mulheres plantavam, colhiam, cozinhavam e moldavam objetos de cerâmica utilizados nos rituais e nas refeições. As crianças brincavam e aprendiam a viver.
Grupo: Nicole, Gabriel Engelmann, Matheus, Edson e Cezar.
SOBREVIVÊNCIA DO INDÍGENA NOS TEMPOS ATUAIS
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos rudimentares. Eles caçam, pescam, plantam, coletam e produzem os instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.
Existe uma divisão de tarefas por idade e por sexo: em geral cabe a mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças; o homem é responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou coletiva), e pela colheita de alimentos na floresta.
Os mais velhos - homens e mulheres - adquirem grande respeito da parte de todos. A experiência conseguida pelos anos de vida transforma-os em símbolos de tradição da tribo.
O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.
Além de um conheimento mais profundo da vida e dos hábitos dos animais, os índios possuem técnicas que variam de povo para povo. Na pesca, é comum o uso de substâncias vegetais (tingui e timbó, entre outras) que intoxicam e atordoam os peixes, tornando-os presas mais fáceis. Há tamém armadilhas para pesca, como o pari dos Teneteharas - um cesto fundo com uma abertura pela qual o peixe entra atrás da isca, mas não consegue sair. A maioria dos índios do Brasil pratica a agricultura.
Entre os povos ameaçados estão os Yanomâmis, que foram os últimos a terem contato com a civilização. Sua população atual chega a pouco mais de 8 mil pessoas. O encontro com garimpeiros, que invadem suas terras, trazem doenças, violência e alcoolismo. Entre os índios, os garimpeiros sdão conhecidos por outro nome "os comedores de terra". Calcula-se que 300 mil garimpeiros entraram ilegalmente em terras indígenas na Amazônia.
Comparando a situação das crianças indígenas com a de outras crianças, verificamos que têm taxas de vacinação mais baixas e de mortalidade mais elevadas; índices de escolarização menores, maiores taxas de insucesso e abandono escolar; e uma inadequada proteção nos sistemas judiciais
As comunidades indígenas vivem muitas vezes sob uma enorme pressão cultural e social. A falte de oportunidades, a discriminação cultural, o apoio social inadequado, a perda de suas terras ou a dificudade de integração na cultura dominante contribuem para a falta de autoestima e perda de identidade que podem dar origem à depressão, ao abusa do álcool e de outras substâncias, e ao suicídio. As crianças indígenas estão particularmente expostas ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual ou ao trabalho forçado, e às consequências dos conflitos armados e instabilidade civil.
Grupo: Gabriel Morais, Lucas Baum, Aline, Claiton, Lucas Castro, Roque.
Fonte:
ÍNDIOS DEFICIENTES
NOSSOS ÍNDIOS MATAM CRIANÇAS DEFICIENTES:
Entre os índios brasileiros, o infanticídio foi sendo abolido à medida que se aculturavam. Mas ele resiste, principalmente em tribos remotas - e com o apoio de antropólogos e a tolerância da Funai. É praticado por, no mínimo, treze etnias nacionais. Um dos poucos levantamentos realizados sobre o assunto é da Fundação Nacional de Saúde. Ele contabilizou as crianças mortas entre 2004 e 2006 apenas pelos Yanomâmis: foram 201. Mesmo índios mais próximos dos brancos ainda praticam o infanticídio. Os Camaiurás, que vivem em Mato Grosso, adoram exibir o lado mais vistoso de sua cultura. Em 2005, a tribo recebeu dinheiro da BBC para permitir que lutadores de judô e jiu-jitsu disputassem com seus jovens guerreiros a luta huka-huka, parte integrante do ritual do Kuarup, em frente às câmeras da TV inglesa. Um ano antes, sem alarde, os Camaiurás enterraram vivo o menino Amalé, nascido de uma mãe solteira. Ele foi desenterrado às escondidas por outra índia que, depois de muita insistência, teve permissão dos chefes da tribo para adotá-lo.
PRECONCEITO CULTURAL
A inclusão de crianças com deficiência, um dos maiores e mais complexos desafios nessa área, no entanto, está só começando, como mostra a experiência da Escola Cacique Vanhkre. Lá, como em outras populações do país, a dificuldade em colocar a criança deficiente estudando com as demais encontra barreiras na própria família. O trabalho da equipe pedagógica é imenso para convencer os pais a permitir o convívio deles com outras pessoas da comunidade.
No passado era comum que, tão logo fosse detectada na criança indígena alguma carcterística diferente das apresentadas pelo restante do grupo, ela fosse abandonada e até morta. Ainda hoje, em muitos casos, ela é afastada do convívio social e não estuda.
Grupo: Cristian, Lucas Baum, Erick, Wesley, Gustavo.
Fonte:
COUTINHO, Leonardo. Crimes na Floresta. Veja, São Paulo, n° 2021, p.106, 15/08/07

Um comentário:

  1. A publicação "Dança da Chuva", ao contrário do que menciona, o autor é conhecido.
    Veja aqui http://www.overmundo.com.br/banco/danca-da-chuva-1
    Essa publicação tem licença Creative Commons e para republicação é de bom senso que se mencione o autor.

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